sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Marina




A mãe zelosa de Marina era um soldado.
Soldado de filha virgem.
Cuidado com Joaquim! Já é homem feito.

Joaquim, do outro lado da rua, ficava da janela a ver Marina nua.
Um safado esse Joaquim.
Não vê que a moça e donzela?
Homem não presta.
Não levanta a vista. Não passa na frente. Não rebola. Guarda a bunda.

Mas, Joaquim via, na palidez da contra luz, Marina rebolar.
Joaquim sentia, Marina sentia o sabor do gozo noite adentro.
Isso é pecado! Isso é pecado!?
Acho que é.
Vamos passear pela praça?
Não posso. Mamãe não deixa. Homem não presta.

Por janelas soturnas as noites foram se apagando.
Joaquim casou com outra.
Marina ficou chulada.

Hoje vi Marina.
Estava sem bunda.
Sem praça.

Guardada.